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Crianças, Tarefas Domésticas, Pais e Divertimento

  • Foto do escritor: Psicomotricidade Para Todos Psicomotricista Carmen Sandu
    Psicomotricidade Para Todos Psicomotricista Carmen Sandu
  • 30 de set. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 17 de out. de 2020

Muitos dos pais pensam que a vida das crianças deve resumir-se:


- À escola;

- À brincadeira;

- Ao entretenimento e a outras atividades extracurriculares que a criança demonstre interesse.


Ora bem, é verdade, que quando se pensa nos filhos, pensa-se em protegê-los e dar-lhes sempre o melhor, pois os pais, tentam sempre dar a volta às situações mais difíceis para facilitar a vida dos filhos.

Todos os pais, desejam ver os seus filhos felizes, mas nem sempre tem a atitude mais correta, pois não conseguem dizer “Não” a maior parte das vezes.

Quando a criança pede algum brinquedo que um amigo tem na escola, ou quando esta quer aquele jogo específico de playstation só porque o filho do Sr. “Joaquim” também tem, a atitude mais correta seria ponderar sobre os benefícios que estes lhe trariam e fazer ver-lhes que nem tudo se pode ter de “mão beijada”.


Conto-vos um segredo!

Se um dia colocarmos à frente de uma criança uma colher de pau, um tacho e um brinquedo banal, a criança irá de certeza escolher a colher de pau e o tacho.

Porque se perguntam vocês? Ou como tenho a certeza?

Da experiência que tenho, partilho convosco que as crianças adoram brincar com vassouras, panos, colheres, baldes, tachos entre outros materiais domésticos, imitando muitas das vezes as ações que estas observam no adulto.

Por outras palavras o que quero transmitir é que é importante ponderar antes de comprar ao seu filho o brinquedo mais “XPTO” que existe no mercado, pois com o tempo, a moda do brinquedo todo “XPTO” vai passar, e a criança vai perder o interesse pelo brinquedo que possivelmente foi uma “pipa de massa”.

Considero mais uma vez, que nestes casos, vale a pena apostar no diferente, bem diferente que de certeza que o seu filho fará com gosto e claro não irá gastar nenhum tostão.


Agora vocês perguntam…

Então, mas estamos a falar do quê mesmo?


Estamos a falar das tarefas domésticas, tarefas estas, que apesar de serem realizadas com muito gosto pelas crianças, muitas das vezes os pais esquecem-se (ou não querem) atribuir isso aos seus filhos, pois há pais que consideram impensável colocar os seus filhos a realizar uma tarefa, tão simples como limpar o pó. Estes pais não sabem que por detrás de uma tarefa tão simples as crianças irão desenvolver inconscientemente competências fundamentais para um desenvolvimento saudável.

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Voltando ao exemplo anteriormente dado: Através da atribuição de tarefas simples como limpar o pó, despertamos nas crianças um ato de responsabilidade, organização e entreajuda.


Responsabilidade porquê?


– Porque a criança ao receber a tarefa dada pelo adulto sentir-se-á “crescida”.

Todos nós sabemos que as crianças quando são pequenas querem muito ser grandes como a mãe ou como o pai, o facto de estes aceitarem a tarefa proposta, inconscientemente fará com que a criança desenvolva o ato de responsabilidade, que é fundamental começar a despoletar muito cedo.


Organização porquê?

- Porque para limpar o pó, a criança tem de esquematizar uma série de ações como por exemplo:

- Do que preciso para limpar o pó? Onde estão os objetos que eu preciso? O que passo em primeiro lugar o pano ou o spray para limpar o pó?

São perguntas que automaticamente surgem na cabeça da criança e fazem com que esta organize a realização da tarefa, tendo em consideração a ordem das ações que observou a mãe ou o pai a desempenharam para a mesma tarefa. É importante reter que a probabilidade dos vossos filhos serem organizados depende muitas vezes de vós, pois como referi anteriormente, os vossos filhos desempenham as tarefas em função das suas referências pessoais, que por norma serão os pais.

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Entreajuda porquê?

- Porque quando o pai ou a mãe pede à criança para limpar o pó, estes não impõem a tarefa, mas sim pedem ajuda, ou seja, a criança ao responder positivamente à tarefa proposta será solidária, contribuindo para a manutenção da casa.

Irá assim promover o seu espírito de entreajuda que não é mais do que ajuda mútua.

Este espírito de entreajuda é essencial tanto para o desenvolvimento da criança como para a integração da mesma na sociedade.

Para além destes três grandes benefícios, que podem ser promovidos através das tarefas domésticas, ainda é pertinente salientar itens como:

Autoconfiança| Autoestima | Autonomia | Cooperação| Promoção do trabalho em equipa (...)

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Possivelmente após terem lido e descoberto os verdadeiros benefícios de uma tarefa doméstica, ou como eu costumo chamar “Brincar aos crescidos”, quererão saber quais são as tarefas mais adequadas para serem promovidas tendo em conta a idade da criança.

Mas antes de vos apresentar alguns exemplos de tarefas que caracterizam cada faixa etária, queria ainda deixar-vos uma estratégia muito importante.

Para que a vossa criança adira bem a qualquer proposta feita, referente a tarefas domésticas, tentem sempre cativa-las para que estas a façam com gosto, como se fosse uma brincadeira.


Tentem criar um ambiente lúdico onde por exemplo:

- Podem usar a música fazendo do aspirador o par perfeito de dança;

- Criar uma história com base na história da Cinderela (que as meninas adoram) – associando-a ao limpar o pó, onde a sua filha poderá ser a princesa que tem uma missão diferente nesse dia;

- Podem optar também por se divertirem juntos, numa festa de espuma (lavando a loiça);

Voltar a ser criança de vez em quando não faz mal nenhum (…) entre outras brincadeiras que de certeza que os vossos filhos não irão recusar.

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É a partir dos dois anos de idade que as tarefas domésticas podem ser implementadas no quotidiano das crianças. Até essa idade, é importante dar valor à exploração dos objetos domésticos como colheres, copos de plástico, tachos, tupperwares, panos, escovas, etc. estes não deverão faltar nas brincadeiras exploratórias dos vossos filhos.


E agora sim o quadro bem esperado!


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Importante!


O quadro exposto apresenta apenas algumas diretrizes relativamente ao que as crianças devem de ser capazes de fazer tendo em conta a faixa etária que as caracterizam.

Não se esqueçam que todas as crianças são diferentes…

Todas estas têm o seu ritmo de desenvolvimento, se o seu filho, ainda não consegue fazer alguma das tarefas mencionadas anteriormente, não se preocupe, provavelmente será apenas uma questão de tempo até este desenvolver mais algumas competências.


Psicomotricista,

Carmen Sandu

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